quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Comunicação Aumentativa


             A Comunicação Aumentativa é um tipo de comunicação, baseada em símbolos gráficos acompanhados da palavra escrita.
Este tipo de comunicação é utilizada por pessoas impossibilitadas de usar a fala como meio preferencial para comunicar, como sendo pessoas com paralisia cerebral, autismo ou multideficiência.

              Esta publicação, única a nível nacional, foi escrita pelos Centros de Recursos TIC para a Educação Especial da Região Centro (CRTIC  - Aveiro, Coimbra, Castelo-Branco, Guarda, Pombal e Viseu), em parceria com o Centro de  Recursos de Inclusão Digital de Leiria (CRID) e a Direção Regional de Educação do Centro (DREC) .

                Trata-se de uma brochura que visa dar a conhecer às escolas, instituições, associações e público em geral este tipo de linguagem usada por pessoas que assim expressam a sua capacidade e necessidade de comunicação, idênticas às das pessoas que usam a fala.

                A publicação “Comunicação Aumentativa” encontra-se disponível on-line quer nas páginas Web e Moodle dos CRTIC, incluindo nas do CRTIC de Pombal, quer na página Web do CRID de Leiria.
 
 


Aqui poderão aceder à publicação Comunicação Aumentativa.


Elisabete Salgueiro


 

 

 

Contos Especiais

Os "Contos Especiais" foram escritos e ilustrados por alunos com Necessidades Educativas Especiais. Deste livro fazem parte três contos: "A Biblioteca Assombrada", "O Pai Natal Mascarado" e "Uma História Diferente".

Agora que estamos na época natalícia, recomendo a leitura do conto "O Pai Natal Mascarado".

Contos Especiais

Votos de boa leitura e de um BOM NATAL!




Elisabete Salgueiro


Brincar com as Letras do Alfabeto

Os alunos com Necessidades Educativas Especiais brincaram com as letras do alfabeto e criaram um Alfabeto Especial, com textos e ilustrações da sua autoria.

Mais uma vez recorreram aos símbolos.


Alfabeto Especial


Elisabete Salgueiro

Fábula - A Girafa e o Coelho

Mais uma Fábula escrita e ilustrada por alunos com Necessidades Educativas Especiais:




A Girafa e o Coelho


Elisabete Salgueiro

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Fábula Inédita "A Raposa e o Gato"

Aqui pode aceder à fábula escrita e ilustrada por alunos com NEE:





A Girafa e o Coelho

Elisabete Salgueiro

Projeto Ilustrar é Ler Mais


Ateliês que aliam a leitura às artes gráficas, oficinas que associam a leitura, a escrita e a ilustração … são muitos dos nomes utilizados para denominar um conjunto de iniciativas que são dinamizadas em muitas das nossas escolas.

Estas atividades visam, sobretudo, promover a leitura e a escrita, a língua portuguesa e a criatividade, quer através das palavras quer através do desenho ou ilustração.

Neste sentido, o Projeto Ilustrar é Ler Mais, uma parceria entre o CRTIC de Pombal, o Departamento de Educação Especial e a Biblioteca da Escola - Sede do Agrupamento de Escolas Gualdim Pais, surgiu, ao longo do ano lectivo de 2010/2011, como uma oficina em que alguns dos alunos com necessidades educativas especiais, devidamente, orientados por docentes e assistentes operacionais, se assumiram como verdadeiros autores e criadores.

Num primeiro momento, estes alunos fizeram a adaptação de quatros livros/histórias do PNL – escrita, adaptação com símbolos e ilustração: "Joringa e Joringuel", "Os Sete Cabritinhos", "A Galinha Medrosa" e "O Castigo das Lanternas Mágicas".

               
Posteriormente, seguiu-se a criação de outro livro a partir da leitura de uma outra história sugerida pelo Plano Nacional de Leitura - " O Menino que não gostava de ler". Também esta foi adaptada com símbolos e as suas ilustrações foram criadas com recursos às TIC.
 
Contudo, o projeto não se esgotou na criação destas obras. Aproveitando a criação de um alfabeto ilustrado por alguns dos alunos com NEE, foi criado um livro original, intitulado “Alfabeto Especial”, também com recurso a escrita com símbolos, para além do livro "Os Contos Especiais" (contos inéditos redigidos e ilustrados também por alunos com NEE).
 
  No ano letivo de 2011/12, o Projeto teve continuidade e surgiram duas fábulas inéditas: "A Raposa e o Gato" e "A Girafa e o Coelho", para além, de uma readapação da obra "A Casa da Mosca Fosca".
 
A dinâmica subjacente à criação destas obras foi quase sempre a mesma: os textos foram escritos nas aulas de Língua Portuguesa ou nas aulas de apoio com o docente de Educação Especial, as ilustrações foram realizadas nas aulas/na ocupação educativa da Biblioteca e a escrita com símbolos foi concebida no CRTIC de Pombal.
Este projeto visa, sobretudo, criar ou aprofundar as dinâmicas entre o CRTIC de Pombal, os docentes de educação especial e as equipas bibliotecárias, tendo por objetivo principal promover a participação dos alunos e de outros elementos da comunidade educativa na criação de recursos de leitura para os alunos com Necessidades Educativas Especiais, alargando deste modo o número de obras adequadas aos diferentes níveis de leitura dos alunos e à diversidade dos perfis leitores, designadamente dos que não têm acesso aos usuais suportes de leitura, por inibição física, mental ou outra. Uma outra vertente do Projeto Ilustrar é Ler Mais é a promoção da inclusão educativa e social, do acesso e do sucesso educativos, da autonomia bem como a promoção da igualdade de oportunidades, ao envolver os alunos com NEE na elaboração dos contos inéditos ou na adaptação de histórias já existentes, permitindo que estes mostrem à comunidade educativa o resultado do seu trabalho e do seu empenho.
 
 
 
 
 
Elisabete Salgueiro
 
 
 
 
 
 
 


 

Projeto "Todos Juntos Podemos Ler"


   A NOSSA BIBLIOTECA É INCLUSIVA !   

 
       
O Agrupamento de Escolas Gualdim Pais, de Pombal, foi selecionado, a nível nacional, como um dos 10 agrupamentos onde a bilbioteca é inclusiva. O Projeto  TODOS JUNTOS PODEMOS LER irá permitir dotar as bibliotecas do agrupamento com recursos adequados aos alunos com necessidades educativas especiais. Este terá a duração de dois anos letivos e será acompanhado pela Rede de Bibliotecas Escolares e pela Direção de Serviços de Educação Especial e Apoio Socioeducativo.
 
 
 
A candidatura ao projeto, por parte da coordenadora interconcelhia da Rede de Bibliotecas Escolares, teve por base o projeto "Ilustrar é Ler Mais", implementado no agrupamento num trabalho colaborativo do Centro de Recursos TIC para a Educação Especial de Pombal, a Biblioteca Escolar da Gualdim Pais e o Grupo de Educação Especial do agrupamento.

 
 
 
Parabéns a todos os docentes e alunos envolvidos no projeto!

Elisabete Salgueiro

CRTIC de POMBAL

 
 
Elisabete Salgueiro

Apresentação de Trabalhos do Curso

http://www.edcanvas.com/lessons/RcF-xvJZvaqaog/trabalhos-curso-inclusao-e-acesso-as-tecnologias-2012


Elisabete Salgueiro

Apresentação de e.portefólios

Apresentação dos e.portefólios dos participantes no curso online - Inclusão e Acesso às Tecnologias


Elisabete Salgueiro

FELIZ NATAL e UM PRÓSPERO ANO NOVO



Elisabete Salgueiro

domingo, 18 de novembro de 2012

Tecnologias de Apoio



 Trabalho do Tópico 5- Tecnologias de Apoio


            Neste último trabalho, realizado em gupo, optámos de novo pela utilização do PowerPoint.      
             Consideramos que esta "velha ferramenta" continua a ser essencial para expor trabalhos com a informação pertinente, apresentada de forma simples, concisa e num formato apelativo.
           O grupo optou por construir um pequeno guia sobre as tecnologias de apoio, considerando alguns aspectos tais como: definições de tecnologias de apoio, o papel dos CRTIC na avaliação das necessidades e na identificação dos recursos mais adequados a cada uma e, por fim , um conjunto de dispositivos disponíveis para cada caso concreto.
           A informação abrange uma recolha de vídeos e sites informativos, que estão relacionados com o tema e que permitem obter  um conhecimento mais aprofundado do mesmo.


              O Guia criado pelo grupo pode ser visualizado em:

              http://www.slideshare.net/cacildatavares/tpico-5-15226665


As docentes:

Anabela Oliveira
Cacilda Tavares
Elisabete Salgueiro

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Acessibilidades do Computador

 
 
 
Acessibilidades do Computador
 
 
Acessibilidades Web
 
 
 
 
         No âmbito do Tópico 4 - Acessibilidades do Computador, do Curso Online "Inclusão e Acesso às Tecnologias", criámos uma visualização sobre as Acessibilidades Web e as orientações sobre Web Design Acessível - WCAG 2.0.
 
       A documentação de referência para a elaboração da respetiva visualização pode ser consultada em:
 
 
 
       Relacionada com esta temática existem outras muitas outras visualizações que consideramos ser bastante ilustrativas. Sugerímos a apresentada em: 

http://www.slideshare.net/ana_laura/w3c-acessibilidade .

      São, ainda, exemplos da abordagem feita a esta temática alguns vídeos como os apresentados em:
 
 
http://www.youtube.com/watch?v=hFI4CuxQjSA .


          Uma internet acessível a Todos é uma internet em que Todos se tornam utilizadores ativos e participativos.
        
        Fica a nossa proposta:



As docentes:

Anabela Oliveira
Cacilda Tavares
Elisabete Salgueiro
 
 
 


 
 




 
           
 

 
 

 
 

 
 
 
 
 


domingo, 4 de novembro de 2012

A Teoria das Inteligência Múltiplas




A teoria das Inteligências Múltiplas

Diga-me eu esquecerei, ensina-me e eu poderei lembrar, envolva-me e eu aprenderei.
                                                                                                                                                                                         Benjamin Franklin
 
                O visionamento do vídeo de Gardner que se debruça sobre a teoria da inteligência múltipla (in http://www.edutopia.org/multiple-intelligences-howard-gardner-video) constituiu o mote para a elaboração do presente artigo. Nele tentaremos enfatizar as implicações educacionais que decorreram desta premissa, especialmente no tocante à área da educação especial, não descurando, no entanto, a abordagem a outras temáticas de outros vídeos cujo conteúdo se vão entrelaçando. Propomos então um background de teoria aliado sempre que possível às nossas práticas.

 
Teoria das Inteligências Múltiplas em - http://www.youtube.com/watch?v=A61TyqnH-ls&feature=b-vrec
 

No início da década de 80, questionou-se cientificamente a teoria da inteligência única: a lógico-matemática ou racional. Foi aliás neste contexto que o psicólogo Howard Gardner, da Universidade de Harvard, publicou a obra “As Estruturas da Mente”, introduzindo uma nova maneira de compreender o insucesso escolar. Howard Gardner não acreditava no conceito de inteligência como uma capacidade inata, geral e única, que permite aos indivíduos uma performance, maior ou menor, em qualquer área de atuação, refutando a ideia de QI. O autor defende “o conceito de que a inteligência é a capacidade de resolver problemas ou de criar produtos que sejam valorizados dentro de um ou mais cenários culturais”. Assim, e de acordo com esta perspetiva, o ser humano não é detentor apenas da inteligência lógica, ele é detentor de inteligências múltiplas. O ser humano passa a ser valorizado na sua individualidade, deixando de ser avaliado de acordo com o domínio de conceitos escolares específicos. Aliás, segundo Gardner, é importante que se tire o maior proveito das habilidades individuais, auxiliando os estudantes a desenvolver suas capacidades intelectuais, e, para tanto, ao invés de usar a avaliação apenas como uma maneira de classificar, aprovar ou reprovar os alunos, esta deve ser usada para informar o aluno sobre a sua capacidade e informar o professor sobre o quanto está sendo aprendido, estabelecendo-se um constante feedback entre os dois atores educativos.

As primeiras pesquisas apontaram para a existência de sete inteligências, contudo estudos posteriores remetem para oito inteligências. Assim, postula-se que temos as inteligências: espacial, corporal-cinestésica, lógico-matemática, naturalista, linguística, sonora ou musical, intrapessoal e interpessoal.

 
                     Fig .1 - As Inteligências Múltiplas
Com a massificação do ensino e com a inclusão de todos os alunos nas escolas do ensino regular, tem-se vindo a pôr o enfoque, cada vez mais, na procura das habilidades/capacidades/competências dos alunos, investindo num estilo de aprendizagem em que possam ser oferecidas diferentes formas de usar essas múltiplas inteligências, vislumbrando sempre o sucesso nas atividades escolares. Tendo em conta esta teoria, podemos ensinar os alunos a serem “mais inteligentes” de maneiras diferentes e podemos ensinar a aprender através de todas as inteligências tal como é mostrado nos exemplos a seguir expostos:
1. Inteligência espacial: inteligência que é expressa pela capacidade que o aluno tem para se orientar no espaço que o rodeia e perceber visuoespacialmente diferentes objetos. Este tipo de alunos apresentam facilidade em imaginar e percorrer referências espaciais, como mapas, tabelas, horários e esquemas, pelo que percebem com facilidade a mudança de alguma coisa até na própria sala de aula. Parecem pensar e agir através de imagens visuais, pelo que qualquer alteração, até mesmo da mancha horária ou da sala de aula, é detetada de imediato e pode, até provocar reações menos positivas, nomeadamente e especialmente nos alunos com espectro do autismo. 
2. Inteligência corporal-cinestésica: capacidade que o aluno tem para controlar e utilizar o corpo. Visível em alunos que dançam, praticam a mímica com precisão ou são hábeis em modalidades desportivas. As crianças com elevada inteligência corporal apresentam uma capacidade incrível em controlar o corpo e usam as sensações corporais para processarem informações, pelo que aprendem melhor ao fazer e experimentar do que ao ouvir. São exemplo disso, muitos dos alunos com necessidades educativas especiais que aprendem ao fazer e ao experimentar, isto é, aprendem numa perspetiva mais funcional e prática e menos teórica (aprendendo fazendo).
3. Inteligência lógico-matemática: remete para a competência em compreender os elementos da linguagem lógico-matemática e para a capacidade de ordenar símbolos numéricos e algébricos, assim como quantidades. Está presente na Matemática e em atividades que recorrem à lógica e aos números. As crianças com uma elevada inteligência lógico-matemática gostam de separar, classificar e organizar objetos e brinquedos, aprendem a calcular rapidamente e são excelentes em jogos que envolvem lógica e estratégia.
4. Inteligência naturalista: uma inteligência associada à sensibilidade de perceção e compreensão dos elementos naturais (vida animal, vida vegetal, ambiente e ecossistemas). As crianças com elevada inteligência naturalista interessam-se muito por animais e pela vida rural, sabem, de forma quase que intuitiva, como organizar, classificar e ilustrar tudo que diz respeito a plantas e, sobretudo, animais.
5. Inteligência linguística: inteligência voltada para a capacidade de adquirir, compreender e dominar a linguagem. As crianças com expressiva capacidade linguística surpreendem pelo vocabulário que conhecem e utilizam, interessam-se pela leitura e pela escrita. Gostam de ouvir e contar histórias, rimas, trocadilhos, charadas e de realizar jogos com palavras.
6. Inteligência sonora ou musical: traduzida na capacidade de combinar e compor música. As crianças com inteligência musical mais desenvolvida mostram-se sensíveis a sons e aos seus ambientes, pelo que apreendem e memorizam com facilidade ritmos e melodias. São crianças que vivem rodeadas por um ambiente musical, motivam-se com instrumentos e incorporam a música como elemento comum às suas vidas. Muitas delas acumulam coleções de CDs e os leitores de música (MP 3 ou MP4, telemóveis), bem como, os fones de ouvido fazem parte do seu corpo.
7. Inteligência Intrapessoal: inteligência de quem apresenta uma perceção apurada de si mesmo e uma autoestima elevada, podendo ser rotulada de egocêntrica. É a inteligência da introspeção, da capacidade em gerir as suas próprias emoções. Ela permite regular os comportamentos em função do conhecimento de si-próprio. As crianças que têm esta inteligência são intuitivas, tendo um sentido bastante autocrítico, gostam de aprender e de aperfeiçoar-se.
8. Inteligência Interpessoal: inteligência que está relacionada com a capacidade de compreender a natureza humana das outras pessoas, procedendo a uma verdadeira “leitura do outro”. Normalmente, são crianças que apresentam facilidade para relações interpessoais e a compreensão da dinâmica dos grupos sociais. Crianças com essa inteligência marcante relacionam-se muito bem com outras pessoas, fazem amizade com extrema facilidade e, como apresentam elevada sensibilidade para compreender sentimentos de terceiros, não raramente são escolhidas para liderar grupos, comandar atividades, ou seja, para ocupar o papel de liderança. Esta inteligência permite a empatia, a tolerância e a cooperação.
 
         


Fig. 2 - Mapa mental – Inteligências Múltiplas

 
 
Infelizmente, embora as novas pedagogias ativas tendam a ganhar terreno, ainda se continua, de um modo geral, a enfatizar as habilidades linguísticas e matemáticas, ou melhor, ainda se continua a não valorizar as outras habilidades que carecem de uma abordagem diferente. Os professores têm de ajustar os seus métodos de ensino ao perfil dos alunos, respeitando as suas diferenças e os seus modos de aprender. A falta de tempo é apresentada como desculpa e esconde muitas vezes o desconhecimento desta nova visão da escola.

De facto, contrariamente ao que é levado a cabo no ensino tradicional, a educação especial parte das áreas fortes do aluno, desenvolvendo um ensino individualizado que põe o enfoque nos seus centros de interesse, sendo portanto um ensino holístico e ecológico que potencia de forma mais eficaz as suas habilidades. Tomando como exemplo o que se passa numa unidade de ensino estruturado, vemos que o modelo implementado é o modelo TEACCH que tem uma forte componente visual, sendo esta uma das áreas fortes dos alunos com espectro do autismo. Cria-se um ambiente securizante e ao mesmo tempo proporciona-se um espaço adequado à sensibilidade sensorial de cada aluno. Os contextos psicossociais são uma base de trabalho individual direcionada para o desenvolvimento cognitivo, da comunicação, da interação e da autonomia. Os materiais didáticos são produzidos com fotografias cedidas pela família ou tiradas e formatadas pelos docentes. A comunicação é uma das áreas trabalhadas de forma sistemática para aumentar a produção espontânea, utilizando-se maioritariamente o programa de linguagem do vocabulário Makaton, quando os alunos apresentam boa capacidade de imitação dos gestos. O perfil cognitivo destes alunos é completamente original, e cabe ao professor, descobrir a sua forma de aprendizagem. Partindo das suas áreas fortes, desenvolver-se-ão as outras áreas ou inteligências. É preciso ativar as outras zonas do cérebro que estão mais afetadas. Eles constituem a prova viva de que as inteligências podem estar desconexadas.

                Pelo exposto a montante, verifica-se que no nosso agrupamento, há todo um trabalho que espelha esta realidade. Ora vejamos ainda outro exemplo: o Projeto de Currículos Funcionais, aplicado a alunos com Necessidades Educativas Especiais abrangidos pela alínea e) Currículo Específico Individual, do 2º e 3º ciclos. Esta é uma proposta de ensino que visa proporcionar um percurso escolar e formativo o mais adequado possível a cada um dos alunos, integrando-os como um todo. As atividades educativas e as estratégias utilizadas visam o desenvolvimento de competências importantes para que estes alunos sejam mais autónomos e mais independentes, capazes de interagir na comunidade escolar, familiar e social onde estão inseridos. Os alunos em causa estão organizados em grupos, tendo em conta as suas capacidades/habilidades, proporcionando, deste modo, um ensino mais assertivo, pois está mais ajustado às suas necessidades. Os alunos têm matemática, língua portuguesa, conhecimento do mundo, trabalhos manuais, informática, uma língua estrangeira para além de outras áreas mais específicas como a autonomia, a socialização, o desenvolvimento psicomotor, entre outras. O desenvolvimento dos Programas Individuais de Transição para a Vida Pós Escolar, em que os alunos desenvolvem uma formação profissional que é feita tendo em conta o centro de interesses do aluno. Muitas vezes, eles é que sugerem o local onde querem realizar a sua formação, sendo que, à posteriori, a entidade é sensibilizada no sentido de receber o aluno em questão. Pensamos que os Currículos Funcionais vão ao encontro do que defende Gardner em relação ao ambiente educacional destes alunos, uma vez que ele chama a atenção para o facto de que, embora as escolas declarem que preparam seus alunos para a vida, a vida certamente não se limita apenas a raciocínios verbais e lógicos. Ele propõe que as escolas favoreçam o conhecimento de diversas disciplinas básicas; que encorajem os seus alunos a utilizarem esse conhecimento para resolver problemas e efetuar tarefas que estejam relacionadas com a vida na comunidade a que pertencem; e que favoreçam o desenvolvimento de combinações intelectuais individuais, a partir da avaliação regular do potencial de cada um. Este tipo de projeto (CF) tem contribuído exponencialmente para autoestima e realização pessoal dos alunos, e não só, uma vez que os próprios docentes que são canalizados para ministrar estas áreas, têm revelado um perfil adequado aos alunos em questão.

De facto, ao estabelecer-se um programa educativo para uma criança com Necessidades Educativas Especiais, sobretudo as crianças com espectro do autismo e com deficiências intelectuais, não nos podemos esquecer que, nela, a aprendizagem está relacionada com alguns pressupostos:

- a necessidade de concretização (uma vez que a sua representação mental do mundo e dos objetos nem sempre coincide com a nossa, a criança aprende melhor se partirmos de situações concretas, suas conhecidas,;

- a necessidade de associar a linguagem e a ação (é decorrente do anterior; a criança aprende melhor se associar a linguagem verbal à ação em curso);

- a necessidade de se recorrer a sistemas de comunicação aumentativa (imagens, gestos – o Makaton que tem gestos tão naturais , símbolos - SPC) como forma de potenciar e desenvolver a comunicação e linguagem;

- a necessidade de estruturação (a criança precisa de avançar em pequenas etapas, para que a informação seguinte seja suportada pela anterior e assim possa estruturar a informação total em conhecimento – operacionalizada nos planos de trabalho constantes por exemplo na área do aprender, na unidade de ensino estruturado para o espectro do autismo);

- a necessidade de repetição (como esquece com facilidade aquilo que aprende, para que a aprendizagem seja concretizada com qualidade aceitável é preciso praticar muito, comunicando também, por exemplo, aos pais o que foi abordado para que haja uma consolidação de estratégias e um continuum);

- a necessidade de mais tempo para a aprendizagem (já que apresenta um ritmo mais lento na aprendizagem, é preciso que tenha tempo suficiente para processar a informação);

- a necessidade de generalizar (é preciso treinar a transferência de aprendizagens, possibilitando o funcionamento do aluno em ambientes diversificados, por exemplo, ensinar o aluno a deslocar-se para o local onde vai fazer a sua atividade profissional ou para a estação de comboios ou de camionagem onde deve apanhar o transporte para casa, ensinar-lhe o percurso e acompanhá-lo no meio de transporte para fazer o treino, duas ou três vezes; até ele conseguir fazê-lo sozinho sem supervisão, verificando-se então a transferência da aprendizagem em contexto real);

- a necessidade de adequar a complexidade das tarefas à eficiência do aluno (preparar os alunos para a concretização de tarefas gradualmente complexas e exigentes, adequadas aos vários ambientes em que o aluno terá de funcionar, conforme exemplo a montante);

- a necessidade de estruturar as tarefas (o aluno deverá ter um horário estruturado, com rotinas, tal como se verifica na área da transferência, proporcionando um sentimento de segurança );

- a necessidade de motivar para as aprendizagens (é preciso criar situações positivas e gratificantes de aprendizagem, para que a criança se sinta predisposta a esforçar-se na melhoria do seu desempenho, utilizando o reforço positivo e sempre que possível, fazendo uso das fixações destes alunos, canetas com luzes, temas que lhes interessam particularmente, como o tema da fauna, dos transportes, entre outros);

- a necessidade de se recorrer a ajudas técnicas/tecnologias de apoio, incluindo as Tecnologias de Informação e Comunicação, como forma de potenciar diferentes competências, a aprendizagem, o sucesso escolar e uma melhor inclusão.


Em suma, a teoria das inteligências múltiplas sugere que existem vários tipos de inteligência na criança com idade escolar. As inteligências multiplas definem-se assim como os potenciais de cada aluno que deveriam nortear os currículos escolares (Konhaber & Gardner, 1989); proporcionando um ambiente educacional mais amplo e variado, que dependesse menos do desenvolvimento exclusivo da linguagem e da lógica (Walters & Gardner, 1985; Blythe & Gardner, 1990), em prol do desenvolvimento harmonioso dos alunos. Gardner defende que a educação deve estar centrada na criança e vai mais longe, levantando dois pontos importantes que sugerem a necessidade da individualização. Relativamente ao primeiro, ele defende que se “os indivíduos têm perfis cognitivos tão diferentes uns dos outros, as escolas deveriam, ao invés de oferecer uma educação padronizada, tentar garantir que cada um recebesse a educação que favorecesse o seu potencial individual”. Quanto ao segundo ponto, ele considera que devido à diversidade dos campos do saber, há a necessidade de se restringir a variedade de conteúdos, e que “essa limitação deveria ser da escolha de cada um, favorecendo o perfil intelectual individual”, numa lógica que muito se assemelha ao “Teaching inquiring learning”.

Os documentos de referência e a legislação publicada apontam para o papel das Escolas como escolas promotoras da inclusão, que no seu todo, respeitem as diferenças e a dignidade de todos os alunos, devendo olhar para cada um deles como um todo biopsicossocial. Assim, desvia-se a atenção dos problemas das pessoas com deficiências e incapacidades e dirige-se a atenção para o desenvolvimento das habilidades e das possibilidades que apresentam.

Um dos desafios que se coloca à Escola é a capacidade de conseguir que todos os alunos consigam obter sucesso na sua aprendizagem, independentemente da sua origem social, económica, cultural, das capacidades de cada um, da existência ou não de défices de qualquer tipo. É este sucesso que se pretende também para os alunos com Necessidades Educativas Especiais, sucesso esse que passa pelo aumento do nível das competências adaptativas e funcionais, pela maximização dos objetivos relativos ao bem-estar físico e psicológico, à autonomia, bem como pelo desenvolvimento das suas potencialidades de escolha, das suas competências sociais e do seu nível de participação na comunidade e na sociedade.

Cabe à Escola a responsabilidade de gerir os recursos humanos e materiais de modo a dar resposta às crianças com Necessidades Educativas Especiais, atendendo a que estes alunos devem ser olhados no seu todo (limitações, dificuldades, potencialidades, aptidões, expetativas dos alunos e dos pais, vocações e diferentes contextos).          

                Tal como no encontro do Principezinho com a Raposa, no livro de Antoine Saint-Exupéry, os alunos com Necessidades Educativas Especiais estão à espera de serem cativados. Serem cativados pelos professores, serem cativados pelos assistentes operacionais, serem cativados pelos colegas. Estão à espera de criar laços afetivos, ter amigos, viver em sociedade, tal como tantos outros jovens da sua idade. A teoria das inteligências múltiplas veio iluminar a pedagogia e mudar a nossa forma de encarar o ensino. O professor tem de nortear o seu trabalho pelos princípios do desenho universal da aprendizagem. O aluno é o centro do processo ensino-aprendizagem e é nele que deveriam convergir as nossas atenções. Partindo do aluno, pelo aluno e para o aluno, “maximizando as suas capacidades”, como disse e bem uma das professoras entrevistadas no vídeo alusivo ao “Colorado State University”. Aliás, uma outra frase quase imagética que nos marcou foi sem dúvida a de que “A maneira como as pessoas aprendem é tão única quanto as impressões digitais, constante no vídeo “Universal Learning Design” que está integrado no trabalho sobre a temática, vide prezi.

 
Concluímos que a teoria de Gardner é muito importante para a educação, revelando-nos que há muitas formas de inteligência, muitas maneiras através das quais conhecemos e compreendemos o mundo. A necessidade de se repensar os objetivos e métodos educacionais torna-se profunda. Urge uma pedagogia com uma postura mais dinâmica e envolvente. De facto, na escola, importa desenvolver o pensamento lógico e a cognição, em parceria com as demais dimensões humanas, que muitas vezes são delegadas para um segundo plano. O propósito da escola deveria ser o de otimizar o perfil cognitivo do aluno no seu todo.
As docentes
 
Anabela Oliveira
Cacilda Tavares
Elisabete Salgueiro
 

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Inclusão de Alunos com NEE nas Escolas Regulares


Comentário à publicação “ Unidades de ensino estruturado para alunos com perturbações do espectro do autismo – normas orientadoras” da DGIDC 


 
 


O texto em análise debruça-se sobre as normas orientadoras para as unidades de ensino estruturado para alunos com perturbações do espectro do autismo, publicadas em 2008, pela DGIDC (Direção-Geral de Inovação e de Desenvolvimento Curricular). Trata-se de um texto informativo/normativo contemplando uma série de princípios orientadores e estratégias pedagógicas a implementar, apresentando-se como um instrumento de apoio na organização, estruturação e gestão das unidades estruturadas para os alunos com esta problemática.

Inicialmente, são caracterizadas as perturbações do espectro do autismo, fazendo-se referência à etiologia, à denominada tríada clínica que afeta a área da comunicação, a interação social e o comportamento e sua prevalência. É referido que o diagnóstico realiza-se, ainda, segundo os critérios clínicos presentes nos sistemas de classificação do DSM- IV e do CID- 10. Enfatiza-se, e bem, o facto de estas crianças serem um grupo muito heterogéneo, exigindo respostas educativas individuais singulares. Depreendemos que o ensino nas unidades é holístico e de facto mais assertivo, pois centra-se naquela criança em particular, procurando-se as áreas fortes e os interesses para despoletar a motivação para a aprendizagem e interação comunicacional, tentando compensar os fatores condicionantes. Nesta sequência, as unidades são-nos apresentadas como um recurso pedagógico especializado e valioso que possibilita um ensino estruturado, tornando o ambiente do aluno mais previsível e acessível à aprendizagem, e, concomitantemente, promotor de uma maior disponibilidade para as áreas mais afetadas, designadamente a comunicação e a interação. Consideramos de facto de extrema importância esta abordagem da unidade e também dos docentes das unidades como elementos determinantes na inclusão destes alunos na sociedade. Consideramos que a inclusão do item “O papel de família” é, também, de suma importância, embora lacunar pelo conteúdo aí exposto. Os pais são parceiros educativos imprescindíveis e carecem de apoio, incluindo o apoio psicológico que nem sempre lhes é proporcionado por técnicos especializados.

No ponto dois, a saber: Ensino Estruturado, abordam-se aspetos referentes à metodologia TEACCH, apresentando-a como flexível e ajustável à maneira de aprender de cada criança, tornando-a cada vez mais autónoma. Note-se que de facto, os problemas de comportamento vão diminuindo num ambiente mais estruturado, onde predomina a rotina. O único inconveniente que encontramos é talvez depois a dificuldade em transferir as aprendizagens para outro contexto que não esteja tão estruturado, fazendo com que o aluno tenha “autênticos ataques de pânico” ou “crises de impulsividade”. Sentimos que existe a necessidade de aos poucos ir proporcionando situações de mudança controlada, em parceria com a família.

A estrutura física da unidade desempenha de facto um papel fundamental. Também ajuda a trabalhar a autonomia, dando pistas visuais de todas as áreas, fomentando deste modo a estabilidade interna da criança, uma vez que esta, neste ambiente, consegue compreender os acontecimentos/as atividades e o que é se espera dela. Note-se que a organização do tempo, também, vem diminuir a ansiedade, trabalhando simultaneamente questões ligadas à sequencialidade e organização. No ensino estruturado, o aluno é confrontado com um plano de trabalho, em cada uma das áreas. Por exemplo, a área do aprender permite a existência de elementos menos distratores, fomentando desde modo, o desenvolvimento da atenção e concentração, uma condição sine qua non para o processo ensino/aprendizagem.

Relativamente ao ponto três, Normas Orientadoras para as Unidades de Ensino Estruturado, parece-nos pertinente o facto de se enfatizar que a unidade é apenas um recurso e não uma turma, pois o aluno tem a sua própria turma onde deve ir com a maior frequência possível. Contudo, não nos podemos esquecer que há alunos que têm um perfil que não permite a permanência na turma, ora porque gritam insistentemente, ora porque mordem e agridem. Consideramos que cada situação tem de ser ponderada pelos intervenientes educativos.

Ainda neste ponto, consideramos que o que seria desejável é que aquilo que é preconizado/sugerido fosse de facto exequível. Contudo, quem trabalha diariamente nas unidades sabe, por experiência, que há falta de recursos humanos. A título de exemplo, refere-se que certas unidades estão a funcionar com duas professoras e uma assistente operacional, o que representa um problema acrescido quando os alunos não controlam os esfíncteres. Neste mesmo capítulo, também, podemos referir que não há psicólogas suficientes para a intervenção com a família e para o desenvolvimento de competência sociais nos alunos. Contrastando com o que é sugerido, deparamo-nos com psicólogas que são mais canalizadas para a orientação vocacional e a avaliação das crianças com problemas de desenvolvimento e dificuldades de aprendizagem e crianças com indícios de necessidades educativas de carácter permanente. Notemos ainda um pormenor: as verbas disponibilizadas destinam-se essencialmente ao material de desgaste, pelo que o material informático existente, sobretudo o computador e software educativo encontram-se, não raras vezes, obsoletos, o que constitui um constrangimento. O ideal, concordamos inteiramente, seria que qualquer unidade tivesse no mínimo um computador, um monitor tátil, software educativo e software de comunicação aumentativa, uma máquina de plastificar e uma máquina fotográfica.

Quanto às assistentes operacionais e mesmo docentes, deveria haver mais formação disponibilizada para quem trabalha com crianças com esta problemática, especialmente quando se começa a iniciar funções numa unidade de ensino estruturado para o espectro do autismo. Muitas vezes, é à custa de muita força de vontade e muito investimento pessoal que se conseguem ver frutos no ensino. As ações de formação existentes são pagas e na sua maioria nos grandes centros como Lisboa. Por outro lado, tememos, também, relativamente à transição entre ciclos, que as escolas secundárias ainda não estejam preparadas para assegurar as respostas continuadas e adequadas aos alunos com perturbação de espectro do autismo, sobretudo, no que diz respeito aos casos mais severos que frequentaram as unidades durante o ensino básico. A própria comunidade escolar precisa de tempo para se preparar para recebê-los. É necessário toda uma cultura de inclusão que envolva todos os intervenientes no processo.

À guisa de conclusão, consideramos que a publicação analisada é um documento válido, muito bem construído, um texto de leitura fácil e bastante objetivo, com uma forte carga ilustrativa, pelo que constituiu uma boa ferramenta para criar uma unidade ou perceber o seu funcionamento.
A Equipa
 Professora Anabela Oliveira
 Professora Cacilda Tavares
 Professora Elisabete Salgueiro